segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Fragmentos: Desilusão part.2




Eu vi a tua foto no porta retrato. Lembrei-me de como eu era feliz. Eu questionei o teu amor, quando a unica coisa que não estava muito clara era como fazer o certo.
Precisei perder você pra entender que precisava amadurecer primeiro para saber como lidar com esse sentimento. Te amei demais e te sufoquei, tentei te amar menos e fiquei sem respirar.

Agora eu fico a tua espera, alimentando uma esperança que eu trouxe pra casa num dia de chuva que sai pra procurar você.

sábado, 19 de novembro de 2011

Desvanecimento



Eram 17:40 no relógio "cuco" de um século não sabido, mas que mantinha a pontualidade e eficiência britânica e que dava um certo chrame àquele quarto. ELE acabara de chegar. Há 7 meses traçava aquela rotina e seus atos eram previsiveis e quase obssessivos compulssivos. Ate o semblante do "proibido" mantinha desde o primeiro dia que adentrara naquilo que apelidara de "Palácio dos Prazeres".

18:00 e o amigo "cuco" anunciava que ELA chegava. Acompanhada dos passos que seus saltos elegantes cantavam em unissino quase que uma marcha nupcial.
Os dois se olharam e antes que aquilo se tornasse mais um seguido encontro de amor, ELA, rompia o silêncio ensurdecedor com a sugestão de que fosse mudado o endereço dos próximos encontros que a partir daquele dia eles fossem ter. E teceu vários argumentos dentre os quais ressaltou o tom de breguisse que aquele lugar fora apelidado " Palácio dos Prazeres".

Como quem ja esperava tamanha reação, ELE, segurou suas mãos e a conduziu ate a cama, de molas com um lençol que fazia jus à epoca desconhecida do tal amigo "cuco".
Embora os protestos e o cenário digno de protagonista do filme mais barato que se pudesse imaginar eles se amaram. Era mais um fim de tarde que aquele lugar se despia da pretenção de não parecer vulgar, ou brega, e exalava aquilo que é em comum em qualquer ambiente. Se amaram com a mesma intensidade de sempre. Olhos cerrados, testa fanzida denunciando o prazer. Labios secos e a pele umida de suor. Pernas trêmulas e mãos seguras nos musculos e coxas as quais já não se sabia seus respectivos donos.

Mais um dia terminava, e o sol ia se pondo após testemunhar a mais ardilosa das artimanhas humanas: ser feliz. Enquanto ELA terminava de fumar o seu segundo cigarro, ELE desenhava como num decalque com seus dedos cada traço e curva que o corpo dela, ainda despido, exibia.
Ja vestidos e sedentos de mais qualquer coisa que pudesse estacionar aqelas sensações, foram se despedindo. Sem muitas palavras os beijos substituiam o "Adeus" e os toques substituiam o "até amanhã".

Tão distante o caminho até suas vidas reais. Mas levavam como companhia, cada um, a certeza de que se essa era a unica forma que a vida oferecera de felicidade, estavam dispostos a usá-la até o fim. E que bom seria se não houvesse esse fim.