sábado, 27 de outubro de 2007

"Apenas Mais Uma De Amor"




Dizem que quando se está apaixonado, encontra-se nesse estado de espírito algo novo, ou melhor tudo é novo graças a nova visão que lhe é proporcionada.
A gente pode estar de frente, de repente, em um "transtorno bipolar", onde a variação de humor já pode ser notada com facilidade. E o que nos impede de sermos vistos como ridículos nos causa medo, fazendo com que, às vezes, escondamos tamanho sentimento. O que é bem natural do ser humano....Mas ainda que o esforço seja grande, não se pode enganar a sim mesmo...e acabamos caindo então na tentação, sendo entregues por nós mesmos.
Ai quando se menos espera estamos ali dependentes, arraigados no corpo e alma daquela pessoa! E qualquer mudança que se possa pretender, já não lhe parece possível.
Alguns acreditam que a gente fica cego, mas é um cego de enxergar o mais longe que qualquer outra pessoa possa ver. É quando falar de amor, ainda com suas variadas incógnitas, é passível de ser decifrada. Tudo isso te deixa cético e cada vez mais místico, pelo simples fato da contradição ser a forma mais comum de entender a si mesmo.
Ai pronto, pensamos ter encontrado o que nos faltava em termos de sentido para a vida. Passamos então a cultivar cada pedaço de uma história a dois por sentir que sua vida não lhe é tão particular como fora há algum tempo. Existe a possibilidade de planos inimagináveis que já lhe são bem mais concretos. O futuro ganha um significado bem maior em suas expectativas e assim você passa a viver a espera da colheita de tudo aquilo que cultivou com tanto empenho.
Mas o que há de mais fabuloso nisso tudo é a magia de um olhar tão denso e tão claro, uma pele tão delicada e tão confortável, uma boca tão intima da sua que as palavras que dalí saem te parece tão particular pro seu bem-estar.
É a vida que você não pode reclamar. Ainda que os altos e baixos venham justificar todos os obstáculos que já prevíamos.
Estar apaixonado é isso...é um estar tão bem com alguém que qualquer outra coisa, que não seja amor, não te importa mais!Esse mesmo tal amor, que te fez um dia tão ridiculo.

Todas as cartas de amor são ridículas

Todas as cartas de amor são ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,

Ridículas. As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas. Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas. A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)


OUVINDO : Letra Sem Melodia - Isabella Taviani

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Ana Carolina - Trancado


Eu tranco a porta
Pra todas as mentiras
E a verdade também está lá fora
Agora a porta está trancada

A porta fechada
Me lembra você a toda hora
A hora me lembra o tempo que se perdeu
Perder é não ter a bússola
É não ter aquilo que era seu
E o que você quer?
Orientação?

Eu tranco a porta pra todos os gritos
E o silêncio também está lá fora
Agora a porta está trancada
Eu pulo as janelas
Será que eu tô trancado aqui dentro?
Será que você tá trancada lá fora?
Será que eu ainda te desoriento?
Será que as perguntas são certas?
Então eu me tranco em você
E deixo as portas abertas

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Cade Você?



Tanto tempo e meu coração ainda sangra.
Nada parece dar sinais de que alguma coisa vai dar certo por aqui.
Só sinto meus medos que agora são minhas mais presentes companhias. Sem sequer que eu tenha forças.
É meio trágico de mais, pra você que analisa ai de longe, mas acredite que aqui de perto, pra ser mais preciso, aqui dentro de mim, nesse momento a tragédia já nem é mais tão grandiosa.
Impressionante é esse vazio que você deixa aqui. Que me faz te procurar em cada canto de onde estou, me criando alucinações.
De repente o que me sobra sou eu, perdido, sem uma diretriz que ao menos me guie para um caminho onde eu não precise conviver com esses fantasmas.
E dói tanto não encontrar você, como eu queria. Dói tanto essa sensação: eu aqui tão pronto pra você e a única coisa que parece estar viva em mim são essas lágrimas.
Aí eu vejo o mar, poético como sempre foi, tão solitário olhar pra ele! Mas ele está ali, firme, contínuo em sua rotina de ondas no seu vai-vem, e como eu queria estar assim, seguro de mim, firme como aparenta ser o mar. Mas chego num ponto tão íngreme, e acabo pendendo pra essa dor que essa distância tem me causado.
Não sei o que fazer. Talvez eu consiga esconder por algum tempo, talvez eu não resista e acabe sucumbindo. Não sei ao certo, mas eu vou tentar recuperar-me aos poucos.
Não interessa qualquer diagnóstico, eu sei de minha dor, sei de minha solidão, ainda que disfarçada, mas preciso permanecer à minha maneira. Preciso permanecer te amando, pra que de um jeito ou de outro eu possa estar, ainda que em pensamento, de seu lado e sentir o afago que tanto preciso.

"Te olho nos olhos
E você reclama
Que te olho profundamente

Desculpa
Mas, tudo que vivi foi profundamente
Eu te ensinei quem sou e você vem me tirar
os espaços entre os abraços.
Guarda-me apenas umas fresta.
Eu que sempre fui livre, não importava o que os outros dissessem.
Até onde eu posso ir pra te resgatar?
Reclama de mim como se houvesse a possibilidade
de eu me inventar de novo.

Desculpa
Desculpa se te olho profundamente
Rente à pele
A ponto de ver seus ancestrais em seus traços
A ponto de ver a estrada antes dos teus passos
Eu não vou separar minhas vitórias dos meus fracassos
Eu não vou renunciar a mim nenhuma parte,
nenhum pedaço do meu ser vibrante, errante, sujo
livre, quente.
Eu quero estar vivo e permanecer te olhando profundamente."
(Ana Carolina)

OUVINDO: Sober - Kelly Clarkson

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Roubaram meus cigarros!


Sinto o apogeu da minha vida de escritor fajuto! Fiquei meio abalado com algumas coisas que li e ouvi, e não estou inspirado hoje.
Acho que é o preço que se paga por criar um blog não é verdade?Diante de tanta exposição você acaba dando oportunidade para que as pessoas te julguem de um jeito ou de outro. E numa situação dessas, fazer o que? O pior é que certas coisas só me "forçam" a escrever cada vez mais...mesmo sem inspiração.
Eu li um livro uma vez em que um poeta francês (Ai!...a França!Outro dia eu falo do meu amor platônico pela França) dizia que só conseguia escrever depois que fumasse seu tabaco!
Acreditando nessa hipótese me descobri tão frustrado! Eu não fumo! Como seguir escrevendo? Poético de mais pra mim?Mero mortal! (risos...ainda que forçados...por favor me ajudem!) Deve ser esse o motivo de tantas críticas!

QUANTA BOBAGEM!

Já escrevi dois textos e apaguei!

Vamos deixar pra viver isso aqui mais tarde....

Quem sabe eu ache os meus cigarros!!

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Meu Melhor Amigo



Todos os dias a gente seguia com a nossa "bike" (era como chamávamos a nossa bicicleta) e seguíamos em busca do nada. Nada mesmo, nada pra fazer, nenhum lugar tão interessante por onde andar. Mas o mágico daquilo tudo era a estranha segurança que eu sentia naqueles momentos. Tentávamos ser detetives, criamos uma sede numa nave interplanetária, e vasculhamos cada estrela atrás de um indício que nos levasse ao capitão planeta. Tinha dias de chuva que aproveitávamos para fazer a nossa própria guerra nas estrelas...(um frasco de desodorante spray cheio de água servia como nossas armas mais poderosas)...assim passávamos tardes e tardes sem perceber que assim como o tempo a gente ia mudando. De repente eu me peguei com medo, uma sensação estranha que eu nunca tinha experimentado. Me vi ali tão só. Uma solidão estranha como quem sabia a solução para aquilo, ou melhor a metade que faltava, mas não sabia como ir buscá-la. Foi quando percebi que minha bicicleta andava muito enferrujada, eu já não acreditava mais no capitão planeta, (...e o desodorante spray foi substituído pelo estilo: Roll-on.) e mesmo, já não sentia tanta segurança nas coisas que eu fazia.
Andava meio triste e sem querer acabei descobrindo a razão disso tudo quando aquela "bike" que me seguia em todas as brincadeiras e ajudava a esconder o sol no entardecer já não era a minha companhia assídua; e sim de um outro alguém.
Acordei e me assustei com a espinha enorme no rosto. Minha primeira espinha! Me dei conta então que conforme crescemos e mudamos de comportamento nossos interesses mudam também, ainda que isso não aconteça necessariamente com todo mundo. Comigo aconteceu de minha bicicleta ser tomada pela ferrugem do abandono enquanto esperava pelo convite de mais uma volta de nenhum lugar para lugar nenhum.
É bem verdade que o ciclo humano não para, o tempo vai passando e os interesses não são os mesmos, mas eu prefiro continuar a acreditar que o que se constrói na verdade não se dissipa no tempo! Eu posso estar parecendo meio ridículo num discurso egoísta, mas não posso acreditar que as coisas não possam acontecer com significados mútuos.
Tenho saudades de meu amigo imaginário. Meu melhor amigo.

Por isso eu vou limpar minha "bike" ainda que me custe algumas horas, mas eu vou continuar naquele mesmo percurso que eu sempre fiz...quem quiser me encontrar eu estarei lá, pois o sol ainda precisa de ajuda para se esconder!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Ciúmes


Sou sensível e peco em sucumbir a isso. Já que não tenho forças pra suportar as conseqüências.
Não é por ver um filme e não conter as lágrimas; não é por ver o mar e perceber que o vai-vem das ondas lhe é muito familiar, não é ler DRUMOND e se sentir familiarizado com todos seus poemas, não é acreditar em horóscopo ou na influência que as mudanças de fases da lua podem exercer em sua vida; não é simplesmente saber dizer Te amo como quem diz adeus!
A minha sensibilidade está em não me conter em vê-lo ali, mais presente do que eu, mais amigo do que eu. Não sei bem qual a relação que isso tem com o ciúme, se é que isso tem alguma relação. Mas o fato é que sinto a minha fraqueza denunciar-me tal sensibilidade no momento em que no cruzar de nossos olhares eu encontro ele ali, pondo a mão em teu ombro, aquela mão que deveria ser minha. Te ajudando a carregar o fardo do seu dia-a-dia, quando eu é que deveria ser o responsável por enxugar suas lágrimas.
Mas o pior de tudo, o que me faz padecer de tão sensível que mina alma possa suportar é saber que minhas confidencias já não são mais tão freqüentes quanto as dele, e passar a tarde na preocupação de saber se ainda há tempo de me fazer principal em sua vida.

Um poeta frustrado: Memórias de um caderno amarelo


Quando eu tinha 11 anos resolvi fugir de casa. Numa discussão que tive que enfrentar com minha mãe, cheguei à conclusão que tinha problemas de mais nessa vida (já achava que sabia alguma coisa da vida), então, meio ao stress (palavra que eu tinha acabado de aprender... a doença do século) resolvi sair de casa e fui pra casa de minha avó!A princípio pode parecer uma idéia tosca, mas na minha mente de 11 anos não conseguia encontrar lugar mais seguro do que a casa de minha vó... a final de contas era pra lá que eu corria quando tirava nota baixa e escutava o cinto correr da calça de meu pai...(muito levado!).
Mas isso não vem ao caso agora. O fato é que nesse meu refugio, onde eu passei um ano de minha vida, pude encontrar o sentido para a palavra mais fantástica que eu já tinha escutado "introspecção"! No início achei que era mais um palavrão (e olha que eu conhecia quase todos da minha rua). A primeira vez que escutei a palavra foi na escola, enquanto a minha professora de português lia um texto de Mário Quitana (não me lembro que texto era só sei que era dele... o que já é um luxo lembrar quem era o autor). Achei de cara a palavra linda, mas não dei muita importância, alguns dias depois escutei no fantástico o Pedro Bial falando: "...o homem numa introspecção!". Achei um absurdo uma professora falar uma palavra daquela para uma criança, já que na época não existia a fase do pré - adolescente. O fato é que eu peguei o dicionário e li o significado da palavra... não entendi mito mas tudo bem.
Ao chegar na casa de minha avó dei de cara com o tédio à tarde sem ter o que fazer a não ser acompanhá-la no café da tarde com suas deliciosas guloseimas. Então resolvi que queria ser poeta, pois senti uma necessidade enorme de escrever. Peguei um caderno que eu já não usava, todo encapado com um plástico amarelo e na tentativa de começar a minha carreira com o meu talento com as palavras rabisquei o meu primeiro verso... não lembro bem como era, mas sei que rimava amor com dor; e pronto. Em alguns minutos eu tinha terminado o meu primeiro poema. Mostrei a tanta gente... meus amigos achavam que era coisa de "viadinho", minhas amigas acharam lindo, e os mais velhos para quem eu tive a coragem de mostrar riram, alguns em meio a um riso e outro diziam vá em frente, outros...só riam.
Não liguei muito para as críticas no começo, mas algo em mim latejava uma frustração terrível, " - não consegui alcançar o interesse das pessoas! Como Mário Quitana consegue fazer?Hum...deve ser a tal introspecção!". Achei que tinha encontrado a solução para os meus problemas e me tranquei no quarto de janelas grandes que eu dormia no meu "refúgio”... fiquei horas lá dentro, esperando a introspecção me fazer efeito.
Infelizmente eu não consegui muita coisa...acabei desistindo de ser poeta, pois nessa de parar pra pensar muito, acabei fazendo um balanço das coisas que me faziam falta na vida depois de ter lido um título de uma redação que dizia: "você é feliz?". Tive medo da resposta, fechei meu caderno amarelo já quase no fim de tanta poesia, e voltei pra casa.
Até hoje quando se fala em "introspecção" tenho medo do resultado!

domingo, 21 de outubro de 2007

O Amor Não é Brega


A gente tenta dentre as mais diversas formas descrever o que se sente quando se diz apaixonado. Eu particularmente desistir...não de me apaixonar, mas de descrever isso tudo!ja tentei por diversas vezes, procurar entre leituras e reportagens em debates televisivos entender e assim acabei desistindo.
Tudo isso depois que eu compreendi que o amor não se esplica; se sente e ponto final. Por que o amor não é uma ciência para ser estudada, não é uma doença para que diagnostique uma cura aos seus sintomas, para aqueles que sofrem por amar quem não os ama. Não se ama para os outros, mas sim para nós mesmos. A gente está com aquela pessoa não para entender o que ela faz com o nosso coração, mas para retribuir-lhe com a sua verdade mais intensa.É tão simples...amar e só.Sem essa nêura de ficar gastando com sessões de terapia ou, para os mais exagerados, caixas e mais caixas de Lexotan...o tarja preta nunca é a melhor solução!
Foi por isso que eu desisti, virei adorador dessa experiência de sentir na pele!Senti e gostei.Ando meio desligado às vezes, acho minha própria inspiração e encontro a maior vantagem em ter alguém que a cada lembrança te faz ter a certeza de que alguma coisa ali te diz que aquela pessoa te completa de alguma forma.Depois que imagino o futuro e desisto dele ao mesmo tempo vivo o presente e me deixo ser decifrado por essa força que te deixa tão seguro em saber que existe alguém que pode fazer tudo ficar mais fácil...é meio mágico, mas quando acontece com a gente a gente percebe que pode ser real.
E tentando não me preocupar tanto, acabei aprendendo que "Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível"