domingo, 27 de abril de 2008

Carta a D. - História de amor


"Você acabou de fazer oitenta e dois anos. Continua bela, graciosa e desejável. Faz cinqüenta e oito anos que vivemos juntos, e eu amo você mais do que nunca. Recentemente, me apaixonei por você mais uma vez, e sinto em mim, de novo, um vazio devorador, que só o seu corpo estreitado contra o meu pode preencher(...) Eu vigio a sua respiração, minha mão toca você. Nós desejamos não sobreviver um à morte do outro. Dissemo-nos sempre, por impossível que seja, que, se tivéssemos uma segunda vida, isríamos querer passá-la juntos."


André Gorz

sexta-feira, 25 de abril de 2008

EU TE AMO



Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir


Ana Carolina
Composição: (Antônio Carlos Jobim, Chico Buarque)

Amor aos pedaços



Ah meu amor, não levante tão cedo.
Arranhe sua barba em minhas costas....me beije mais uma vez!

Oh meu amor, não fujas desse nosso destino, não brigue com a verdade!
A verdade é que te amo, a verdade eh que suas mãos ainda pucham meus cabelos.
Aquele vestido vermelho que me déstes, ficou mais bonito ao ver você tirá-lo de mim.

Minhas costas nuas...apenas suas mãos desenhando minhas vretebras, geladas ao sentir que serei sua só esta noite.

Já que não posso ser sua, volte amanhã.
Me faça feliz nesses espaços de tempo, que, com esse amor aos pedaços, farei de você um dia o último pedaço que me falta para, enfim, sentir-me completa!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Le départ

Eu cheguei, mas ainda não desfiz as malas. Por falta de coragem, medo, não sei ao certo, apenas não quis encarar o que havia trazido, ou melhor, vivido.
É uma realidade nua e crua, tão crua que chega a amargar.
Mas, quer saber?
As vezes que enchuguei suas lagrimas, lágrimas iguais a essas que insistem em jorrar agora, pode ter certeza que elas foram enchutas para nunca mais voltar.
Eu quis ser melhor que qualquer um, ou melhor eu quis ser melhor do que qualquer outro que quisesse medir forças comigo.
Doeu, e ainda doi olhar pela fresta da janela e ver a chuva levar pra bem longe tudo aquilo que vivemos. E não não era verdade? Então vc veio apenas me mostrar o que não valia a pena?

Ou siplesmente eu não fui capaz...?

Por que deixou chegar a esse ponto? Não lhe era o bastante, conhecer meus pontos fracos? O que mais vc precisava para não errar? E você errou! E vem errando ja há um bom tempo, mas sei q ue o erro nãou foi só seu. Eu também errei, quando pensei que eu fosse o bastante pra nós dois.
Talvez você não entenda. Talvez meus devaneios complexos, sejam complexos de mais e exija de você uma sensibilidade quase que poetica, mas talvez, deva ser melhor o silêncio...nele vc encontrará a resposta pra tudo que eu venho tentando te dizer e que você insiste em ignorar, poupando-se de um possível esforço maior.
O que você não pode imaginar é que o que você tem sacrificado...pode ser precisoso de mais. E pior, pode não haver volta, pode ser tarde de mais...
Enquanto isso eu vou tentando conviver com esse adeus silenciado, com esse cansaço de tentar vencer essa guerra contra mim mesmo. Contra aquilo que preservei, mas que, por culpa minha talvez (prefiro não encontrar culpados), não resistiu ao tempo, às provas que a vida nos exige.

Fico aqui, escondendo a vítima, para que ela não se faça de vítima, e acabe vítima desta injusta infâmia de querer se fazer de vítima!

Primeiro o telefone que se cala, depois já nenhum barulho mais nesse quarto, nessa vida!
O tempo vai passando e aos poucos irei percebendo que na realidade fui posto em prova e acabei perdendo.
Talvez eu prefira mesmo ficar com a idéia fixa de que não fui capaz, não mereci!
Talvez aquela foto fique ali mesmo, talvez eu rasgue, talvez eu risque rabisque você...talvez, assim eu te esqueça de uma vez...talvez não!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Castelo de Areia



Eu sempre quis conseguir construir um enorme castelo de areia, daqueles mesmo de filmes, quase que irreais...e talzvez tenha sido graças à essa irrealidade que eu jamais tenha conseguido.
É trsiste ver ostentada tanta beleza e magnitude e, em questão de segundos, ver desmoronar com um vento tão frágil, tão suave...quase inofensivo tdodo um esforço...jogado fora.
Assim imaginei...algo intacto, inalcançável, inatingível, protegido por uma divindade poderosa e desconhecida!
O pior de tudo é ter que aceitar.
Essa, pra mim é a pior sensação, de não poder segurar dos lados, pois a areia e que é feito, da mesma forma que parece macia, também é frágil e esquiva!
Então eu busco abrigo naquele mar sereno, mas que por ser imenso não consiga me preceber ali, parado estático, emudecido e quse que transeunte! Sequer sou socorrido, sequer sou encorajado a seguir, seuqer sou ouvido.
Ah....o meu castelo de areia, tão belo, tão certo, tão vago...Desastre meu?
Acho que não....nã sei ao certo.
Um beija-flor...

Mas o que fazes, de forma tão isistente nesse relutante bater de asas?

-Posso te dar um conselho?
(me pareceu como que uma luz no fim do túneo)
-Nem poderia recusar.
(o desespero fazia rugas de insegurança em minha testa)
-Tente um castelo com bases firmes, tente na terra molhada, não gasta, mas molhada, usada apenas pelo mar. Não é preciso que mude a areia, mas dê a ela o que precisa e sera muito bem recompensado.

Posso ter a escolha de procurar essa areia ou ainda, posso esquecê-la e deixá-la na companhia desse mar...

...olha o mar!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

O mistério das estrelas

CUIDADO!
Assim você pode acabar pisando, sem querer, nas estrelas que acabei de te dar. Sem querer né?
Elas são frágeis como eu!
Precisam de algum sentido, não basta brilhar somente, precisa-se de um motivo para isso!Precisa de alguém que dê esse motivo!
Assim elas são solitárias mesmo estando em conjunto sempre, por mais distante que estejam, mas a maior distância que podem enfrentar é a distância interior.
Repare no crepúsculo...dê uma devida atenção e poderá escutar um pedido de socorro!
Acaba que, de repente, toda a solução e definição está no mistérios das estrelas!
Lá você poderá encontrar as respostas, para as perguntas que eu te fiz e você não soube me responder. E quem sabe, se não form muita pretensão, entender esse ininteligível discurso coplexo e, portanto, algoz!
Então tenha cuidado com elas (estrelas), não ande tão distraido, algumas coisas, ainda me envaideceria se você pudesse entender! Não queira desperceber esse brilho. Poucas coisas seriam tão cruéis!

Sou uma vítima, da minha própria armadilha
e por isso penso em desistir, mas as estrelas
...elas continuam a brilhar!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Canção de Amor da Jovem Louca

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro
Ergo as pálpebras e tudo volta a renascer
(Acho que te criei no interior da minha mente)
 
Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
Entra a galope a arbitrária escuridão:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.
 
Enfeitiçaste-me, em sonhos, para a cama,
Cantaste-me para a loucura; beijaste-me para a insanidade.
(Acho que te criei no interior de minha mente)
 
Tomba Deus das alturas; abranda-se o fogo do inferno:
Retiram-se os serafins e os homens de Satã:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.
 
Imaginei que voltarias  como prometeste
Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome.
(Acho que te criei no interior de minha mente)
 
Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão
Pelo menos, com a primavera, retornam com estrondo
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro:
(Acho que te criei no interior de minha mente.)
 

Sylvia Plath


Ps: tem Link no Titulo

Às vezes parece um aviso!

Procura-se um amigo sozinho
de andar discreto e gesto silencioso.
Procura-se desesperadamente um amigo
que saiba se aproximar
de um passarinho.

Rita Apoena

Ps: Tem Link no Título