terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pedido ao Mar sem Fim


Esse vento que passou, num sopro do mar em mim, pareceu teu beijo doce.
Eu fico inventando histórias na beira do mar, enquanto o sol se põe, aproveitando os cenários emblemáticos da natureza, que numa coreografia precisa, traduz nas tardes, manhãs e a qualquer tempo que eu precise pensar em você

Há quem diga que eu fantasio teu amor pra me fazer sobreviver. Pode ser que sim. Que seja de qualquer maneira, por que sei que no final das contas sera seu amor que vai me fazer sentir vivo.

Vou aproveitar o som que só eu posso ouvir, e então sentir você me levar pra dançar.
A gente dança.
Queria eternizar esse porto seguro que ao seu lado parece tão firme.

Quantas vidas caberão nesse mundo de mar? Serei só eu eterno retirante, em busca do teu colo. E mesmo que não seja, dedico cada segundo desse desejo, com toda força que posso dispor.

Vou voltar pra casa.
Vou voltar devagarinho.
Deixo os pés marcados, grãos de areias esmagados.
Se não me encontrar, eu volto e tento de fazer mais real.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Colhendo Raios de Esperança



De que adianta ter esse amor se dele nada posso dispor? Desusa minha manhã. Esconde os sentidos de qualquer estação!
Sua traição não me doeu mais que a cilada em que meu coração me fez ao pensar que ja havia esquecido você. Ate que você pega minha mão. Me dá um bom dia e eu ouço você me dizer que ainda me ama.

Vou definhando as tardes que apareciam cheias de esperança, percorrendo um curso de rio que nem sei se nele poderei navegar.

Entre o fim de tarde e o anoitecer, recebo a chuva como num ultimo suspiro e espero vc passar por mim, so pra eu ter um motivo de achar que ja não mais penso em você.
Eis então, que você olha pra mim e eu entendo que você quer me ver.


E vejo você sumir no fim da rua; eu fico com o medo de não saber viver sem você.

Provavelmente estarei esperando você aparecer amanhã nesse mesmo lugar. Depois de ter passado o dia tentando me convencer de que sei o que é certo pra nós dois.
E se eu não souber, vou usar disso como desculpa pra falar com você e regar a minha sede de te ouvir dizer que vai voltar pra mim.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Fragmentos: Desilusão part.2




Eu vi a tua foto no porta retrato. Lembrei-me de como eu era feliz. Eu questionei o teu amor, quando a unica coisa que não estava muito clara era como fazer o certo.
Precisei perder você pra entender que precisava amadurecer primeiro para saber como lidar com esse sentimento. Te amei demais e te sufoquei, tentei te amar menos e fiquei sem respirar.

Agora eu fico a tua espera, alimentando uma esperança que eu trouxe pra casa num dia de chuva que sai pra procurar você.

sábado, 19 de novembro de 2011

Desvanecimento



Eram 17:40 no relógio "cuco" de um século não sabido, mas que mantinha a pontualidade e eficiência britânica e que dava um certo chrame àquele quarto. ELE acabara de chegar. Há 7 meses traçava aquela rotina e seus atos eram previsiveis e quase obssessivos compulssivos. Ate o semblante do "proibido" mantinha desde o primeiro dia que adentrara naquilo que apelidara de "Palácio dos Prazeres".

18:00 e o amigo "cuco" anunciava que ELA chegava. Acompanhada dos passos que seus saltos elegantes cantavam em unissino quase que uma marcha nupcial.
Os dois se olharam e antes que aquilo se tornasse mais um seguido encontro de amor, ELA, rompia o silêncio ensurdecedor com a sugestão de que fosse mudado o endereço dos próximos encontros que a partir daquele dia eles fossem ter. E teceu vários argumentos dentre os quais ressaltou o tom de breguisse que aquele lugar fora apelidado " Palácio dos Prazeres".

Como quem ja esperava tamanha reação, ELE, segurou suas mãos e a conduziu ate a cama, de molas com um lençol que fazia jus à epoca desconhecida do tal amigo "cuco".
Embora os protestos e o cenário digno de protagonista do filme mais barato que se pudesse imaginar eles se amaram. Era mais um fim de tarde que aquele lugar se despia da pretenção de não parecer vulgar, ou brega, e exalava aquilo que é em comum em qualquer ambiente. Se amaram com a mesma intensidade de sempre. Olhos cerrados, testa fanzida denunciando o prazer. Labios secos e a pele umida de suor. Pernas trêmulas e mãos seguras nos musculos e coxas as quais já não se sabia seus respectivos donos.

Mais um dia terminava, e o sol ia se pondo após testemunhar a mais ardilosa das artimanhas humanas: ser feliz. Enquanto ELA terminava de fumar o seu segundo cigarro, ELE desenhava como num decalque com seus dedos cada traço e curva que o corpo dela, ainda despido, exibia.
Ja vestidos e sedentos de mais qualquer coisa que pudesse estacionar aqelas sensações, foram se despedindo. Sem muitas palavras os beijos substituiam o "Adeus" e os toques substituiam o "até amanhã".

Tão distante o caminho até suas vidas reais. Mas levavam como companhia, cada um, a certeza de que se essa era a unica forma que a vida oferecera de felicidade, estavam dispostos a usá-la até o fim. E que bom seria se não houvesse esse fim.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Fragmentos: Desilusão part.1



Tava tudo tão escuro, que sequer pude entender por que não conseguia andar.
Olhei pro alto e tive ajuda das estrelas. Fui molhando meus pés numa poça de esperança que surgia por onde eu andava ate alcançá-las. E enfim, ao dar minhas mãos num esforço de manter-me em orbita, descobri que muitas delas era finas e desfaziam-se como se fossem feitas de areia.
Caí no chão, sequei meus pés, mais uma vez entarrado na escuridão.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Vazante




Naquelas memórias que me assaltaram logo pela manhã, me trouxe uma saudade indecifrável de tantos sentimentos. Ventos de tantas direções sopraram meu rosto e não senti nada mudar. Senti falta de meu sorriso, e mais profundo ainda, das causas que outrora provocaram muitos deles.
Vasculhei todas as hipoteses de soluções possiveis, tentei tomar o controle da direção mas meus reflexos nao me responderam. Mais uma vez eu estava sem respostas.

Tudo que conseguia sentir era medo. Como se eu não fosse capaz de sentir mais nada.

Eu estive, durante tanto tempo, perseguindo esperanças. Já quase me vejo incrédulo delas. Cansado e ofegante das tentativas inócuas.
Nem a natureza em meio a seus crepúsculos, auroras e fases da lua já não me dizem mais nada.

Secaram-se minhas lágrimas, meu suor.
Cessaram-se minhas forças, minha coragem.

Temo que meu coração também seque...ou cesse!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A Cura



Hoje recebi meu primeiro diagnóstico. Ainda há outras opniões mais especializadas para se ouvir, mas a margem de erro é minima. Também não sei quanto tempo ainda tenho. Nem sei se aguento por muito tempo.

Minhas expectativas beiram o suicidio por não conseguir encontrar alternativas. Tenho travado uma luta todos os dias para conseguir um tratamento equilibrado e que me passe a segurança de que valerá à pena. Mas a essa altura esta cada vez mais dificil firmar os pés no chão com apenas promessas.
Esta sendo dificil acreditar. Traçar uma linha de coerências até um certo objetivo e ainda assim não ter forças para sequer tentar enchergar tudo isso.
É o momento funebre de olhar pra trás e se arrepender do que fez. Como se fosse uma despedida dos erros cometidos.
E o mais triste disso tudo é ser expectador do proprio sofrimento, vendo a ultima gota de esperança derramar e não poder fazer nada.

É assim que eu espero a hora chegar.

domingo, 1 de maio de 2011

Curtas part. 5



Ai...que saudade e que falta me faz a minha sanidade.

Inside



Por traz daquele prazer, ouvi um choro seguido de ininterrúptos soluços. Não consegui alcançar aquilo que mais me parecia uma súplica por ajuda. Não pude resgatar, pois já havia se perdido num desespero quase contagioso.
E pus-me à disposição de desvendar aquele enigma, um emaranhado de códigos descritos naquelas lágrimas. Então pude perceber que tamanha tristeza não se revelara, por que era mais além que uma mera interpretação.
Percepção não tão simples a olho nu, mas a clarividente nudez estava exposta para quem dispusesse do minimo de sensibilidade. Tantos sonhos perdidos, espalhados pelo chão. Muitos totalmente danificados e irrecuperáveis. Outros mergulhados num mar de ilusões.
A tristeza brotava dali. Era tão complicado tentar por tudo no lugar que tudo aquilo permaneceu camuflado em sorrisos vazios e olhares distantes, por vezes quase que reveladores.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sonhador



Eu precisei escrever memórias.
Quisera eu poder ter o luxo de que elas fossem lidas.
Diante dessa impossibilidade calei-as e fui escrever desejos. Embora jamais compreendidos, ainda serão desejos.
Sonhos são como massa de modelar. Você adapta, exatamente ao que precisa, ou pensa que precisa.
Por isso essa deliciosa sensação que temos ao sonhar. Eis então que a nossa realidade assume o papel de vilã da história. Principalmente quando essa realidade traduz uma vida que você não escolheu.

Sendo assim, não há como estabelecer qualquer comparação entre a fantasia e a realidade.
E enquanto nada acontece, pretendo esperar...seguir vivendo até o momento que, enfim, sonho e ralidade se confundam, numa perefeita sintonia entre o util e o agradável.