terça-feira, 21 de setembro de 2010

Amarelo



Ontem eu dancei com dois girassois.
Seguraram minha mão tão forte. Nem tive medo de fechar os olhos.
Então senti meus pés fora do chão.

Mágico!

Segui em cada compasso daquela canção fidedigna à tudo que eu sentia.
Por vezes pude perceber uma ameaça de estarem, pobres girassois, cansados e quase despetalados. Não tive forças pra evitar que se ferissem. Então eu os abracei.

Brilhante!

Não pude me conter ao perceber que era ali só nós três. Eu e mais aqueles dois girassois. Belos. Certos. Firmes e graciosos. Dançando como se o mundo la fora pudesse nos enxergar radiantes. Felizes.

Felicidade!

Uma, duas, três vezes eu cantei quela canção. Feliz de ser, eu, mais um girassol naquela dança. Amarelo girassol. Amei cada peculiar caracteristica que os diferenciava, pois ao final me tornei completo ao ser mais uma peça. Centelha uniforme.

Eis que me vi completo. Desenhando uma rotina calma e livre.

Ontem eu dancei com dois girassois.

Jardineiro Fiel




Em meio a tanto caos não pude evitar.

Andei seguindo diversos rumos, ouvindo canções, conhecendo pessoas. e Nada disso me levou a você.
Tentei por tantas vezes desviar o teu caminho. Mas vc marchava impiedosamente para aquilo que era só seu. Insistindo em acreditar ser o único lugar.
Sopraram ventos, e vieram tempestades. Avisos quase que escritos, mas aquela venda nao te fez permitir uma alternativa sequer.
E todo esforço que fizera, parecia único e qualquer coisa que pisasse fora do teu limite estabelecido era descartável.

Agora você me trouxe aqui. Eu que por tantas vezes quis segurar tua mão e te trazer uma nova visão, estou de mãos atadas.

Você parecia tão certa ao decifrar minhas frases tão retas.

Você beijou a ilusão achando que era eu.
Fiz escolhas por você. Mas nao pude compor o teu destino. Saí do ritmo.
E agora? O que faremos do amor que você projetou vivermos?

Eu ja nem sei se somos um ou dois.
Me senti desaparecer sempre que você me podava. E insistindo florecer tentei que fossemos felizes, mas não estava autorizado à brotar aquilo que não te colorisse. E fui secando, em preto e branco. Sucumbindo a uma sombra de desilusão. Respirando o que sobrasse do teu ar.

Desse amor, já tão arraizado, não sobrou vestígios de lembranças. Só o caos de tentar descobrir o nosso caminho.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Disapear



Eu espero que nossas pendências não cave um abismo entre a gente.

Por que eu sinto um vazio ja formado em algum lugar do nosso convivio.
Visito seus olhos, mas você nunca esta lá. Tua ausência tem sido uma companhia que beira a inconveniência e o afago de ter alguma companhia.

Não posso ignorar o incômodo de te ver projetar uma felicidade frustada em meus braços. Sei que o sorriso que estampa seus dias são tão solúveis à realidade de seu cotidiano.
Eu tento me permitir a uma chance de te mostrar meu amor, mas não te vejo tão receptivel.

Talvez eu tenha a maior parte de culpa nisso tudo. E a idéia de estar fadado ao fracasso de minhas tentativas tem sido muito mais bem sucedida do que as alternativas que insisto em acreditar.

Sucumbi à tentativa de te poupar e de mostrar teus erros. Preferi comemorar os teus acertos e acietar os teus anseios indiscutivelmente.

Não vamos aferir uma porcentagem de participação. Aceitemos apenas que tem algo dando um rumo diverso de tudo aquilo que planejamos.

Amo até os teus defeitos, mas não suporto a idéia de fazer parte de um deles!